terça-feira, 28 de julho de 2009

Compaixão

É um carro que passa
é uma pessoa que pisa

Cada vez mais preconceituada
ela é deixada
Cada vez mais ignorada
ela é esquecida

E a chuva cai...

As poças a afogam
Ao bueiro é levada
Esgoto é seu destino

A destilação já não existe
Com seu último ímpeto, arfa...

Sob nossos pés descansa

Lê-se em sua lápide:
Aqui jaz um indigente...

Compaixão

sexta-feira, 24 de julho de 2009

'Envelheço na cidade'

É, lá se vai mais um ano, mais um dia, mais uma vida
"mais um ano que se passa mais um ano sem você"

Gostaria de muitos abraços
me contento com sorrisos
Mas não sou rejeitado
Muitas correntes inquebráveis tenho em minha vida

"um feliz aniversário, envelheço na cidade"

Como falta em meu coração
a calmaria das árvores,
a alegria dos pássaros,
a turbulência dos rios...
A natureza em suma...

" As garotas desfilando, os rapazes a beber"

Dias realmente bons, realmente sinceros
Nada mais puro do que o sorriso de um bom trago
Não sou purista, realmente um bel prazer da vida
O prazer da sinceridade da palavra proferida por um bêbado
Não um bêbado pejorativo, mas O bêbado, e muitos hão de concordar comigo
pois no fundo o sentimento de libertação corrói todo o nosso ventre!

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Para uma vida plena

Mas quem sabe a felicidade já está a caminho
Uma vida bonita, calma e agitada
um amor estonteante
uma amizade inquebrantável

Se não chegar a felicidade, que pelo menos chegue o sorriso puro e sereno
para espantar alguns fantasmas que nos afligem

Num mundo um tanto caótico, com pretensão à organizado
A única verdade a ser encontrada
é a sinceridade de um abraço caloroso
ou a simplicidade de um beijo amante

Talvez a vida não precise ser complicada
Talvez o amor não precise ser impossível
Talvez a amizade não precise ser traída...
Mas quem afirmará com toda a clarividência do mundo
que tais coisas certamente vão parar de acontecer?

Acabou?

O brilho das estrelas
iluminam esta nebulosa floresta
Os gafanhotos e louva-deuses são os principais cantores dessa ópera natural
Escuta-se ao longe o marca-passo das águas turbulentas do rio

A calmaria acaba

O silêncio subjuga...
Os predadores na surdina se preparam para o ataque,
Não há jeito de evitar
A corrida é ofegante, muito cansativa, muito destrutiva
O único modo é enfrentá-los... O fim chega cada vez mais perto.
Depois de muito lutar, a tristeza sobrepõe a alegria.
Não há jeito de evitar
A desilusão venceu
O amor morreu,
como uma chama que vagarosamente se esvai
deixando somente a escuridão prevalecer.
Nada mais resta.