quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Noite Jazz

Noite nublada, lua encoberta
E o som do contra-baixo retumbando

A mente que pensa, a cabeça que some,
Os olhos que voam
Voam para o encontro de um torpor não conhecido de estrelas cintilantes

O silêncio das nuvens tocando o mais profundo sax já ouvido desde Parker
E soprando, e soprando, e soprando

Chega o ápice da chamada insanidade
O céu nublado já se fundiu com a terra molhada
O único que retumba é o baixo
Forte, Forte, Forte

O coração já não ritma do mesmo jeito
Já não tem seu sentido pleno, o sangue já não sabe pra onde ir

E continua

O sopro forte, cheio de melancolia, amor, paixão, desespero, luxúria, grita
Grita com todo o ser,
GRITA PARA A LIBERTAÇÃO DE UM ACORDE PRESO!
GRITA PARA PURA VERDADE, REALIDADE, VAIDADE!

Alcançou o total estado sinestésico entorpecente
Desapareceu sem corpo nem alma
Simplesmente esvaeceu na pura lua cheia encoberta
Voou

O único que retumba é o baixo
Forte, Forte, Forte

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