quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A chuva sabe quando cair
Mesmo nos dias quentes
E que o sol perdurou até o último segundo

Ela partilha de nossas dores e preocupações

Maldita, me dá mais vontade de chorar

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Pisca-Pisca

Gostaria de lembrar da minha primeira árvore de natal. O começo dos meus rituais de todos os anos, cheio de misticismo da alegria. Não sei como nem porque disso, mas a minha adoração pelo natal é grande se comparada a desistimulação que recebi da minha família durante minha vida. Mesmo assim a árvore de natal sempre estava montada, os presentes embaixo dela e a ceia ao seu lado. Cada manhã de dezembro uma estranha sensação gostosa sempre invadia meu peito, olhava para o céu ele estava diferente, minha casa com mais vida e a minha vontade de chegar a noite do dia 24 era cada vez maior. Todos os dias a mágica do natal enchia meu coração e trazia sorriso no meu rosto. A música que coloco para montar minha árvore é aquela velha mas de tradição de natal "Um feliz Natal", canto enquanto separo os galhos da minha árvore. Fico ali sozinho montando a árvore, uma felicidade que não sei descrever da onde começou e porque perdura até hoje, mas sou grato e muito grato por não ter diminuído durante minha vida. Colocar pelo menos um enfeite em cada galho verde, mas os repetidos não podem ficar muito juntos ela tem que ser a mais diversificada e mais bonita possível! Colocar a serpentina vermelha envolta dá um detalhe importantíssimo, como o papai Noel para o natal, que sem ele não é uma árvore mesmo. Mas quando os pisca-pisca coloridos são colocados em volta dela e ligada na sala escura, a sensação é muito boa. Aí eu vejo o quão bonita ela está! Assim a espera para o natal cresce a cada dia. Mas de alguma forma hoje está diferente. Deve ser um pouco da tristeza que meu coração sente. Lágrimas que nem sei porque caem do meu rosto. Não são secas, sem nada, elas têm um sentimento que as tornam cheias. Não sei de qual fonte estão vertendo, não sei o porque de cairem. Mas a mágica do natal está chegando cada dia mais perto, e meu coração vai se acalmar sei que vai. Só espero que chegue antes que desliguem meu pisca-pisca.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um mundo só meu e teu

Seu sorriso realmente me prende, fico bobo ao olhar pra você com essa linda expressão
Parece que me apaixono de novo...
Na verdade, me apaixono de novo

Nas simples palavas carinhosas, ou nas nossas brincadeiras, eu percebo um mundo só meu e teu
pouco abalável mas inquebrantável

Rio e choro ao lembrar de quão bom é ter você como companheira e amiga
Lágrimas de felicidade, não se preocupe

Mas o seu abraço me faz entrar num transe que vivo num mundo só meu e teu

Vai acabando

Chega o momento que não consigo nem achar qual música quero escutar.
Procuro, e nenhuma chama atenção nem toca o meu coração
nem o fiozinho de cabelo da minha alma

Parecem sem sentido, sem paixão, secas e gélidas

Talvez precise daquele copo quieto e solene de cerveja sobre minha mesa
Numa tarde de domingo de sol para recompor um pouco da inspiração
de poetas velhos, cansados e ranzinzas

Pelo menos aquele abraço faz a alma descansar
e minha velha alma cansada dormir como uma criança
Com carinhos em meus cabelos

"Quer que eu cante?"
"Talvez só uma cantiga de ninar"

sábado, 15 de outubro de 2011

Um bom amanhecer

Abrir os olhos é o que basta para começar um dia. A chuva cai mansa lá fora e um ar frio toma conta da sala. A cena mais bela me encanta ao olhar para o lado (sim estou apaixonado), minha princesa descansa suavemente no seu canto do colchão. Levanto vagarosamente fazendo o mínimo de barulho possível, ela se mexe, acho que percebendo que está faltando alguma coisa. Cubro sua parte desnuda de seu ombro e sigo à cozinha. O chão está um pouco gelado, mas isso me refresca pois estava com muito calor embaixo de todas as cobertas que dormimos. A falta de roupa não me incomoda, somente a cueca basta para que não sinta frio. Ando um pouco pela casa e uma cena prende meu olhar durante algum tempo. A janela estava fechada, mas a veneziana de madeira estava aberta. A chuva tentava entrar suavemente mas era impedida e percorria seu caminho rumo ao chão. A grama lá fora estava baixa com um brilho verde muito bonito, mesmo o nublado não escondeu a beleza da natureza. O ipê-roxo já estava com suas flores desabrochadas, o começo do outono estava marcado. Num galho grosso de porte forte está um balanço de madeira pendurado, vagarosamente o balanço ia e voltava. Depois de passar um tempo olhando o assento balançando molhado e cheio de flores rochas, braços carinhosamente me envolveram pelas costas e senti um beijo em meu ombro. Com sorriso viro para o lado e dou um beijo na boca de lábios grossos e abraço para sentir aquela presença maravilhosa. "Desculpe amor, não queria te acordar.". "Você não me acordou, está tudo bem? Ficou tempo olhando para fora com olhar absorto.". Dou um novo abraço e beijo seu pescoço. "Tudo ótimo estando com você! Às vezes sinto falta de minha infância."

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Imagine

Sempre quis poder abraçar pessoas com fraternidade
Pessoas que eu nem mesmo conheço
Queria poder não ter medo de ser atacado por isso
Queria poder ter coração leve pra isso

Queria viver num mundo onde só existissem sonhadores
Sonhadores como eu, como amigos meus, como um João
Mas espero, como ele já disse, que um dia
Esse seu coração
Seu coração com a mais pura bondade e sem preconceitos
junte-se a mim
E me ajude a tornar o nosso sonho em realidade

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Meu coração apaixonado

Naquela tarde meu corpo cedeu ao cansaço e se soltou na cama. Aquelas nuvens um pouco cinza, vez em quando, tapavam o brilho intenso do sol. Os ventos estavam fortes naquele início de primavera que mais parecia final de outono. Senti frio e com muito esforço fui até o armário ao lado de minha cama e peguei o primeiro cobertor que vi em minha frente. Me cobri e olhei em direção à parede, lembrei de seus olhos castanhos. Imaginei seus olhos ligados aos meus, minha mão acariciando seus cabelos negros e seu sorriso suave brotando do seu rosto maravilhoso, tirando de mim o mais sincero brilho no olhar e sorriso infantil. Me vi te abraçando, você se encolhendo tentando se esquivar de minhas tentativas de te fazer cócegas rindo angelicalmente. Um pequeno sorriso nasceu em meu rosto ao escutar sua linda voz dentro de minha alma. Tentei de alguma forma sentir seu abraço, consegui sentir somente um resquício seu. Fechei meus olhos para sonhar com o coração puro que encanta meus dias e afaga minhas noites. Andávamos sobre um campo bonito, estava um sol quente e as nuvens só estavam trazendo personagens esparsos para nossos momentos de descanso, enquanto eu te abraçava pelas costas com você sentada entre minhas pernas. Com meu rosto colado ao seu podia te beijar tentando ao máximo completar você com meus carinhos. Vimos o pôr-do-sol e prometemos união infindável. Acordei serenamente com você beijando minha bochecha e com seu sorriso lindo no rosto, "é hora de acordar preguiçoso". Virei rapidamente para o lado que você estava te abracei e joguei você ao meu lado na cama. Te beijei calorosamente e abri um sorriso ao ver o seu. "Te amo muito linda", foi o que disse quando te abracei.

domingo, 11 de setembro de 2011

Uma triste história

Quando aquele pensamento não sai da sua cabeça
da lembrança daquela menina interessante
daquele beijo inquietante
você percerbe estar adoentado

Uma doença com evolução rápida e alastrante
Todo seu corpo acometido
por aquela doença que te faz sorrir


Doença em processo de erradicação no mundo
graças as grandes frentes de vacinação
Com o processo causado pelo Amor in cor

Mundo que acredita no amor como fantasia

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Reflexões de uma foto

Uma foto bonita aquela ali atrás. Lembro com a alegria nostálgica de velhos amigos do momento daquela foto, os três sorrindo pela estupidez inocente de seu fotógrafo, mas com sorriso sincero que muitos não vêem. Não faz tanto tempo e vejo-os regularmente, não vê-los todo o dia já cria saudades. Saudades sinceras e puras, grandes amigos vocês encantam meu coração. Não tenho medo de dizer que amo meus amigos, pois os amo como a irmãos, pessoas que tenho confiança e carinho. Com os olhos voltados para a foto entro em transe e escuto seus risos, vejo aquele bar de tradição com sua bebida reconhecida lembro de seus olhares, dos brindes da sincera parceria. Levanto meu copo e brindo a vocês, para aqueles que não estavam presente, podem ter certeza, meu coração os engrandece da mesma maneira.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

De novo estou em lágrimas
Lágrimas tristes
Lágrimas pesadas

Dores estranhas acometem meu ser
Dores inquietas atingem n'alma

Cabeça abafada e cansada
Dores antigas que volveram
Tristeza um tanto passageira

Não esqueço de ninguém
Sinto suas dores
Choro ainda mais quando não abro a boca pra cantar

Quero um afago, um abraço, um carinho
Quero somente um sorriso naquele meu querido irmãozinho

domingo, 7 de agosto de 2011

Uma cadeira de balanço

Quando aquele coração mudo cansou de chorar
Um pouquinho de música começou a tocar

Um violão com ritmo não complicado
e uma voz simples soando

A varanda da casa um pouco empoeirada
Deixa o clima perfeito para que ela enleve
qualquer ser que passe ou fique

As mão calejadas na cadeira de balanço
sentem falta de um toque suave
ou sorrisos que já não se sabe se foram reais ou fantasias

O último raio de sol iluminou a cadeira já vazia
O vento soprou e bateu a janela contra o vidro

Uma brisa tomou o lugar dele
acariciando a poeira do para-peito

Talvez seja essa suavidade que criou saudades

domingo, 10 de julho de 2011

Uma dor inacabada

As vezes mesmo que a noite passe e nasça outro dia
o coração simplesmente não se acalma totalmente

A dor que ainda guarda resquícios nos nossos olhos
E o sono que não fora suficiente para mudar o rumo dos devaneios

Mesmo vendo o céu azul,
Mesmo sentindo o suave calor com a brisa
Mesmo no silêncio
ainda resta um turbilhão de pensamentos revoltos dentro de minha cabeça

Um pouco de solidão para espairecer
Por um dia queria ficar só com aquela pessoa
Que nenhum mal fosse capaz de nos importunar
Que simplesmente o sol quieto com o barulho das ondas fosse nossa cantiga de ninar

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Pequenas experiências

Contemos nossas histórias
Nossas derrotas
nossas vitórias

Esqueçamos o perdido
Simplesmente lembremos de tudo que conseguimos

Viver sem lágrimas é uma tristeza indescritível

Sentir o amor é maravilhoso
Então abrace e não o deixe partir
Não deixe esquecer

Alguém importante sumir dói

Não preciso ser especialista pra dizer

Vivo, é tudo que posso fazer

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Algumas coisas mudam

Quando vou durmir lembro de algumas coisas antigas
Pessoas que passaram, que ficaram
e que nunca mais voltaram

As cantigas assustavam
mas mesmo assim o suave timbre de minha mãe
me colocava em um mundo onde eu era o dono

Não quero o mundo
mas é que nos meus sonhos não tinha gente chorando nem sofrendo

É, hoje as coisas são um pouco diferente
existem os pesadelos


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Um coração

Venho sempre falar sobre dores, tristezas e pesares
Mar de desaconchegos
sobre casas de madeira a muito abandonadas

Quero só fazer uma pausa

Um olhar sincero
Com seu sorriso bonito
Tirou em grande parte aquela chuva incessante que caía em meus jardins

Escutando meu velho jazz apaixonado
aprendi a pluralidade de significados

Um abraço sincero com a simples vontade de continuar abraçado
Seu beijo mais tentador
E seus carinhos mudos

Podendo te sentir e te acariciar
Sem choro, nem mágoa
nem vazio em meu peito

Achei o que pensei estar congelado
Ele voltou a bater por você

Um sorriso que nunca apareceu
nasceu sem mesmo me pedir permissão

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Das vidas pequenas com corações inchados
vivemos com todo o ardor possível
esquecemos um pouco os problemas e deixamos a vela guiar o caminho

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Diferente ou Do sentimento que nunca fora sentido

O chá anda na temperatura ideal para sentar e conversar
Os dias frios são acalentados por sorrisos e abraços novos
Aquele beijo quente nos lábios de minha querida

Músicas que ressoam no nosso coração
quando agente menos espera
Vê estrelas diferentes
ou simplesmente deixa-as cantar enquanto os olhos ficam fechados

Sentindo o que nunca foi sentido
indo para caminhos inexplorados por uma criança
mas com grandes esperanças que dê certo

o carinho que sinto é diferente, me assusta as vezes

Naquele olhar castanho simplesmente fui hipnotizado
e quando te abraço quero te aquecer

Me torno uma pessoa diferente
Mais feliz, isso eu posso te afirmar

Por você

Aquele olhar choroso
de cantar mimoso
esqueceu seu caminho e se perdeu em alguns abraços

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Um vazio sem rumo

Meu sax com teias de aranha
Meu violão sem três cordas
Meus poemas amassados em algum lixo

Nada foi conquista
Se quiser tome pra você

Já nem aguento o gosto de vinagre de meu vinho
Descendo lentamente como se irrigasse
vai aquela cerveja velha e quente

O que agente acaba sonhando às vezes cai por terra
e tira com suas garras frias o último suspiro de esperança

As marcas ainda escorrem sangue
a barba cresce descontroladamente
ou o tempo passa sem eu perceber

Olhos secos e apáticos
Um vazio sem rumo

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Uma anedota perdida

Corpo cansado que só pensa na hora de entrar em seu torpor
Coração dilacerado que já não sabe o que é o amor

Vida aflita que só quer pedir perdão
Nó que enlaça com força de cordão

Choro sem medo que só canta seu passado
Vida sem graça que fez tudo errado

terça-feira, 3 de maio de 2011

Óculos escuros

Aquele cara de óculos escuros que anda rápido em direção que só ele e Deus conhecem esquece de tudo que há a sua volta. Ele atravessa a calçada com pose imponente, mas deixa escapar uma lágrima por debaixo das lentes negras. Lembra das dores de sua mãe, sente seu coração palpitar e diminue a marcha. Olha para o céu azul a fim de conseguir forças para não desabar em lágrimas até seu destino, mas aquelas nuvens e aquela paz só o perturbam ainda mais. Desfoco a visão e percebo que meu rosto está um pouco manchado, meu peito fica dolorido e começo a mudar minha velocidade de inspiração e expiração, aquelas mais curtas e essas longas. Lembro de minha mãe falando quando não tinha motivo para tal "Engula esse choro!", mas isso não adiantava muito, dessa vez pelo menos deu força para ele voltar a seu ritmo de passadas rápidas. Os muros correm ao seu lado e ele não presta atenção na calçada quase sem pedestres. Ele só quer andar e andar. Sei que quando chegar a meu destino meu ânimo não irá melhorar, talvez, piore. Lembra do passado, seus amigos que há tempos não revia, sua família que morava longe e a lágrima voltava a escorrer quando lembrava de sua mãe. Um choro mudo, sem arfar, sem gritar, somente uma vazão muito pequena de lágrimas, as vezes, nem caíam. Suas pernas por um momento bambeiam, mas recupero o equilíbrio e continua andando. Sua roupa pesa, seus sapatos grudam, seus óculos cegam. Cada passo que dou é um buraco tentando ser fechado. Ah! Meu Deus como queria um abraço agora, um lugar em que eu pudesse chorar e apenas me escutassem sem dizer uma palavra, como dói esse peito quente. Ele não entende o porque de amar tanto, gostar tanto, se apaixonar tanto, chorar tanto, não entende esse coração cheio. Não gosta de viver essas angústias exacerbadas. Aguenta quando o problema é isolado, mas quando surge vários, seu valor multiplica, sua cabeça lateja, seu corpo fica pesado, o sono vem e a lágrima escorre. Já não é mais como quando era adolescente, uma só basta, as outras se policiam para não sair. Chega em seus destino, olho para os dois andares convidativos mas tristonhos. Sem exitar abre a porta e entra. Olha para os lados à procura de alguma coisa. Infelizmente, acho. Olho para o rosto lindo da minha mãe no quadro e duas lágrimas escorrem. Tiro o óculos e tento sem êxito acariciar os cabelos de minha mãe. Minha queria porque choras tanto se te amo muito, minha mãe? Ela não responde, fica com aquele sorriso mesmo quando os cacos estão em seu rosto.

terça-feira, 26 de abril de 2011

R$350,00

Aqueles seus lindos lábios como de uma atriz
simplesmente chamaram minha atenção
Fui em sua direção, conversamos, peguei em sua mão e saímos
Perguntei seu nome, era Jéssica.

Fomos para meu apartamento, bebemos,
comemos, dançamos
cantamos
transamos

Me ofereceu um cigarro
recusei, mesmo assim ela acendeu e colocou em minha boca
Aquelas pernas sobre as minhas fizeram com que eu não recusasse
Agarrei com todas as minhas forças aquela cintura
e começamos mais uma vez
terminamos
"Vou tomar banho"
acompanhei aquele lindo rebolado com toda volúpia
e a segui

Tinha esquecido seu nome, perguntei.
Marcela
Curtimos o tempo no chuveiro feito loucos

Me vesti deitei em minha cama esperando ela voltar
"Tchau"
Com seu vestido branco saiu em direção ao elevador sem esperar eu responder
Soltei minha cabeça no travesseiro
e fiquei pensando naquele lindo nome

domingo, 24 de abril de 2011

Uma saudade que me fez chorar

Uma saudade que não é minha acometeu minha alma
Um coração marcado de arrependimento e tristeza
tomou para si a dor há muito transmitida

As vozes só pioram, elas gritam, elas chamam, elas pedem
elas querem alguém que dentro de seus corações não fora esquecido

a súplica atingiu bem o buraco aberto por minhas próprias mãos
e fez com que lágrimas fossem criadas
mas elas não desceram ainda
mas a vontade é de soluçar sem que ninguém ouça
um grito mudo
como aquele no fundo do mar

Arrependimento que passa,
mas deixa marcas que não são esquecidas
aprendizado como diria aquela mãe
Aquele buraco feito por minhas mãos

Uma lágrima finalmente caiu
medo de dar desgosto
ofender...

Porque vocês me fizeram chorar?
A falta é de vocês
Eu também queria que você estivesse aqui
Mas brilhe onde estiver

sábado, 16 de abril de 2011

Um coraçäo inquieto não esquece o velho blues que um dia encheu a noite solitária do velho sem voz. Com aquelas pesadas lágrimas no olhar a mão tremia tentando alcançar aquele porta retrato onde em algum dia estava sol. Aquelas lágrimas mudas caem sem ninguém perceber seu significado ou sua profundidade. Ele levanta seus olhos para sua estante empoeirada e com muita dificuldade mexe seu corpo em direção à sua velha vitrola. Exita por um momento, mas então coloca para girar seu velho disco de valsas. Ele tenta com esforço colossal ritmar seus passos como fazia quando era domingo ensolarado e abraçava sua esposa na cozinha de sua casa. A cozinha está do jeito que sempre ela deixava depois de enrugar suas mãos, mas falta uma peça importante para completar todos os apetrechos de uma cozinha, ele não sabe ao certo o que. Sua mão escorrega pela porta, de tåo calejada nåo sente a farpa que entrou na junta do seu dedo do meio, a única coisa de que é capaz de sentir é o vazio que as camas de solteiro de sua casa deixam. Suas lágrimas fazem com que ele pare de andar, o quarto com os papeis de parede rasgados, que um dia percebe-se que foram rosa, é o mais difícil dele enfrentar. Sua cabeça não quer mas seu coração faz com que seus braços alcancem aquela boneca de porcelana de cabelos cacheados que estava no chão. Ele a abraça mas dessa vez para de correr aquele rio sazonal. "Hush little baby don`t say a word, papa is gonna buy you...", foi o que cantou com o resto da voz grave que um dia gargalhava com coração alegre.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Só posso te agradecer

O coração que aquele que não conhece acha ingênuo e infantil
abriu caminhos jamais desbravados por mentes acomodadas

Um coração com a pureza de uma criança e forte como de adulto

Sem que alguém dissesse uma palavra
foi atrás de, talvez, um desejo durante muito tempo abafado

mesmo que tenha acontecido por acaso ou sem saber as consequências
ela criou um laço tão forte que mesmo ela não conseguirá quebrar
uma corrente criada com o mais puro sentimento
sentimento esse que ela domina e transborda em toda a sua essência
O amor fraterno

Esse amor que irmãos sentem desde quando têm a primeira troca de olhares e sorrisos
amor que não é difícil alimentar, a única coisa que tem que ser feita é falar as coisas certas
nas horas certas
um boa noite, um bom dia, um elogio, uma brincadeira, um abraço, um beijo, um afago
e tantas outras coisas que não dispendem energia para serem feitas

Esse lindo coração me conquistou um pouco depois de a ter conhecido
conquistou esse amor mais puro e nobre
Estou em débito pelo resto da minha vida e quem sabe morte para com ela

Ela encontrou uma mente acomodada que jazia em sua floresta de devaneios extenuantes

Garanto que seu poder transcenda o
amor que existe no mundo
brincando com esse sorriso toda a sua família se encanta

Realmente eu não tenho palavras para expressar minha alegria de ter conhecido essa
inteligência enorme num coração tão meigo
espero que eu não machuque essa minha nova princesa pois
lá pra frente, quando eu já não mais andar quero ainda poder receber o seu sincero

abraço

Te amo

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sonho

O cansaço bate primeiro em nosso corpo
Começamos a nos sentir moles
e então é hora de nossos olhos sucumbirem a força de Hipnos, pai de Morfeu

Aqueles sonhos tresloucados nos deixam absortos numa pseudo-realidade
Imagens de reis plebeus andando por um mar feito de papel
onde o herói é o dragão das escamas verdes

E então no momento em que percebemos que baleias não podem nadar no asfalto
acordamos, sem ao menos poder curtir um pouco mais desses devaneios
onde não sentimos fome

Nos nossos sonhos nossa sobriedade nos acorda

terça-feira, 29 de março de 2011

Sobre velhas músicas e sentimentos

Dó e fá foram as notas que identifiquei daquela velha música de Coltrane
um aperto no coração que parece consumir toda vitalidade

Sinto o céu quieto, o silêncio dos bichos e o suave cantar de estrelas

Aquelas lágrimas sem soluço escorrendo sobre uma cabeça cansada e confusa

A brisa da noite tenta levantar o corpo estirado
mas o máximo que consegue é mexer minhas sobrancelhas

Queria poder encher meus pulmões de loucuras
Dando uma alternativa para quando acabasse o retumbar em volta de meu corpo